segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Ao meu ver

A eleição de 2014 sem dúvida ficará marcada pelo embate que dividiu o Brasil e, além disso, por mostrar que a realidade política não representa o que a sociedade vê. A presidente reeleita, Dilma Rousseff, será responsável por colocar o Brasil no rumo político e econômico nos próximos quatro anos. Do outro lado, Aécio Neves e Marina Silva terão a missão de fazer oposição e representar a voz daqueles que não votaram no PT.

Fora do ambiente de disputa eleitoral, a realidade, mesmo que por certo tempo esquecida, é que o Brasil deixou de crescer principalmente nos dois últimos anos e sente a forte recessão econômica.

O ponto forte da campanha de Dilma foi combater a oposição com mentiras de crescimento e que, se eleito, Aécio iria prejudicar os mais pobres com taxas de juros e acabaria com os programas sociais já consolidados. Ela, amparada pelo PT, maquiaram o que o Brasil sente na pele: alta do desemprego, recessão econômica, perda dos investidores, aumento da inflação e desvalorização no mercado exterior. 

Não é questionável o que ex-presidente Lula conquistou para o país em seu mandato, contudo, o fruto do belo desempenho era que a China, em forte expansão, dependia das commodities, elas, por sua vez, são representas pelo o minério de ferro e a soja. Esse termo significa produtos de baixos valores agregados e tem como exemplofrutas, legumes, cereais, minérios e alguns metais. O tempo passou e os valores dessas riquezas caíram. O que era favorável passou a pesar na conta externa do país, apesar disso, não era essa realidade que seria repassada aos eleitores. 

Após eleita, Dilma mostrou que regularia as contas brasileiras, porém, não deixou de usar, o que segundo ela, seriam práticas impopulares utilizadas pela oposição caso fosse vencedora. A taxa de juros logo foi modificada e o maior sinal de mudança foi feito quando a presidente nomeou Joaquim Levy como Ministro da Fazendo, lugar anteriormente de Guido Mantega que fez de tudo para fantasiar a economia. Levy logo de cara surpreendeu a todos. Formado como engenheiro, ele representa um sinal de austeridade para o governo que tanto gastou e aproveitou da boa fase. Tal atitude parece ser de início inovador porque o novo Ministro já causou empatia em boa parte dos integrantes do PT. 

Joaquim Levy se afasta do padrão esperado pela ala esquerda já que é amigo de Armínio Fraga, ex-ministro de FHC e postulante a cargo com Aécio Neves. Quem assume também o comando econômico de Dilma Rousseff é Nelson Barbosa como Ministro de Planejamento. Outro nome que se difere do padrão conhecido pelo PT e sinaliza uma boa opção para o futuro. Outro problema grave que o Brasil enfrenta é o envelhecimento tecnológico das empresas e manufaturas locais.

 O processo de industrialização no país se desenvolveu principalmente com Vargas e Juscelino Kubitschek, isso na década de 50 e 60. O tempo passou e hoje, o Brasil não é exemplo de inovação porque importa inovação ao invés de produzir. Países que tiveram um processo de industrialização muito forte como os Tigres Asiáticos se tornaram potências na produção de equipamentos e produtos. É necessário ter um investimento maciço na educação e na profissionalização para que assim a indústria passe a ser eficiente e competitiva. 

Os principais investidores que apostam no Brasil já reagiram com otimismo à alteração feita no comando econômico. Essa nova equipe já garantiu que será feito um aumento dos impostos de produtos importados; CIDE , relacionando ao combustível e também será feito um abono salarial.


Agora, cabe aos novos representantes colocarem o Brasil nos eixos trabalhando com rigidez e competência. A nova equipe econômica deve sinalizar uma mudança rápida e eficaz para que daqui dois anos, o país volte a se mostrar forte. Já que esse intervalo de otimismo irreal e “crescimento negativo” que Dilma produziu no seu primeiro mandato não parecem ser tão simples de resolver. 

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